Quase 20% das pessoas com Covid-19 desenvolvem distúrbio psiquiátrico
Segundo pesquisadores da Universidade de Oxford, um em cada cinco infectados apresentam ansiedade, depressão ou insônia até três meses após o diagnóstico.
Uma nova pesquisa realizada por cientistas Universidade de Oxford, na Inglaterra, reforça o elo entre a Covid-19 e impactos na saúde mental. Segundo o estudo, 18,1% dos pacientes que foram infectados pelo Sars-CoV-2 sofrem com transtornos psiquiátricos após o diagnóstico da doença.
O trabalho aponta que uma em cada cinco pessoas contaminadas desenvolveu ansiedade, depressão ou insônia até três meses após testar positivo para o novo coronavírus. Além disso, a Covid-19 também foi associada a novos diagnósticos psiquiátricos em pessoas que já tinham histórico de saúde mental fragilizada.
O artigo, publicado no último dia 9 de novembro na revista científica The Lancet Psychiatry, usou os registros eletrônicos de saúde de 69 milhões de pessoas residentes nos Estados Unidos, incluindo mais de 62 mil casos de Covid-19. Embora preliminares, os resultados têm implicações para os serviços clínicos e, por isso, novos estudos são necessários.
Em comunicado, Paul Harrison, professor de psiquiatria e líder da pesquisa, comentou que há uma grande preocupação com as sequelas que o novo coronavírus pode deixar na saúde mental. “Os serviços precisam estar prontos para fornecer cuidados, especialmente porque nossos resultados provavelmente são menores do que o número real de casos. Precisamos urgentemente de pesquisas para investigar as causas e identificar novos tratamentos”, afirmou.
Outro resultado importante descrito no artigo é a evidência de que as pessoas com um diagnóstico psiquiátrico pré-existente têm probabilidade 65% maior de serem diagnosticadas com Covid-19 do que aquelas sem, mesmo quando os fatores de risco conhecidos são levados em consideração. “Essa descoberta foi inesperada e precisa de investigação. Nesse ínterim, ter um transtorno psiquiátrico deve ser adicionado à lista de fatores de risco para Covid-19”, propões Max Taquet, cientista que conduziu as análises clínicas.
Fonte: Redação Revista Galileu